Vinícola Uvva – como foi meu aniversário no novo diamante da Chapada Diamantina

Vinícola Uvva – como foi meu aniversário no novo diamante da Chapada Diamantina

Eu já estava de olho neste empreendimento, desde 2019 nosso guia tinha dito que existia uma parreiral para vinhos e fiquei curiosa. Daí começaram surgir postagens de outros influenciadores que sigo, e a vontade só aumentou de tamanho.

Fui algumas vezes em Ibicoara e não deu certo de agendar, rolou medinho de ir dirigindo sozinha, afinal de contas eu queria beber e não sou dessas.

Enfim, no meu aniversário de 2022 todos os astros de alinharam e … deu certo. Chamei minha família apenas, afinal de contas, festejar dia 26 de dezembro é um desafio, todo mundo viajando do Natal ou voltando da viagem. Dificílimo reunir amigos.

Alugamos a Estância Diamante em Mucugê e indico. Mas é preciso coordenar o horário, a Vinícola Uvva estava 40 minutos da casa. Se você vem de Lençóis ou outra cidade confere direitinho no Waze a distância e não se atrase, eles são bem rigorosos.

AGENDAMENTO

É fundamental agendar com antecedência; quase me dei mal por que demorei de decidir e perdi o horário das 09:30 no site. Peguei o Tour completo chamado Experiência Uvva da tarde (14:00) e valeu cada centavo. Já visitei vinícolas no Chile, Portugal e Brasil e sem sombra de dúvidas foi a mais cara e uma das mais marcantes também. O valor é pela exclusividade, são apenas 08 pessoas, no meu caso 11 por éramos na mesma família e abriram a exceção da exceção. sE você já foi naquele tour de 15 em 15 minutos, cheio de gente, uma muvuca, ônibus de agências na porta, e mesmo copo, esqueça tudo isso. Estamos falando de um local que preza pela qualidade e exclusividade, não é comércio, é arte.

Comprei os 8 ingressos disponíveis no site https://vinicolauvva.com.br/ e tenha cuidado com os perfis falsos no Instagram, o original é : https://www.instagram.com/vinicolauvva/ , cuidado mesmo, com promoções e ofertas, é tudo fake, eles não oferecem nada de premiações e sorteios. Você precisa inserir os nomes dos visitantes.

Recebi várias mensagens via Whatsapp (077-3311-2115), são muito criteriosos, mas justifica-se pelo padrão do empreendimento. Foram diversas orientações sobre cumprimento de horário, temperatura, proibição de fumar, roupa adequada.

O Restaurante também tem de agendar, em separado, e o valor do adiantamento é compensado no final da conta. Não se esqueça, você pode chegar para o Tour e não ter vaga , pois é pequeno , com poucas mesas.

CHEGADA

O nome de cada visitante fica na portaria, só entra com agendamento, eu entendo que no meio do mato, zona rural distante, só assim mesmo por causa da segurança. Ou seja, não é portas abertas como a maioria das vinícolas no Sul do Brasil que eu já falei aqui no blog.

Percebemos que plantaram muitas árvores lindas e em breve deve ficar ainda mais exuberante.

Estacionamento é bem amplo e já temos a visão de quão grandioso é o prédio. Trazem um guarda-sol, por que nos dias de calor, a cabeça arde mesmo. O funcionário muito atencioso, se identifica e nos leva até a recepção do piso turístico do Complexo Uvva.

QUE VISTA !!!!!! Tudo é lindo, o vão, a paisagem, os móveis, até o banheiro.

RESTAURANTE ARENITO

Nossa reserva era para meio dia e nos chamaram em ponto. Cardápio enxuto mas diversificado. Tudo que pedimos veio muito bom. Bacalhau, Carnes, Risoto e Massas, variamos bem, foi uma delícia, saiu mais barato receber os amigos e familiares assim do que organizar uma festa com bebidas, comidas, decoração. Foi um mimo que me permiti uma vez na vida. A gente trabalha horas na frente do computador advogando e está com LER para desfrutar não é….

Optamos pelo vinho Sauvignon Blanc maravilhoso, o dia estava muito quente e combinou bem demais. Fizemos nossos pedidos e fomos tirar mil e uma fotos, chuva de fotos nesta vinícola linda no platô com vista para a Serra do Sincorá.

Pedimos entradinhas, prato principal e sobremesa, foi serviço completo. Tudo delicioso e os preços são compatíveis com a qualidade. O chef veio falar conosco, super simpático e gentil. Preço é sempre uma polêmica, é caro ? é barato ? é dentro do seu orçamento ? Bem, só posso dizer que não é apenas almoçar, é ter uma experiência sensorial completa, voltei com uma amiga em março e contei aqui.

VISITAÇÃO COMPLETA

Quando eu estava hospedada em Ibicoara, em setembro de 2022, conversei com moradores locais que falavam sobre o valor MUITO ALTO, 310 reais é 23% de um salário mínimo, para uma família realmente pesa demais. Quem sabe não fazem valor-comunidade para os locais de Ibicoara e Mucugê ????

Mas, sonho é sonho, e seguimos a visitação “Experiência Uvva”. 11 pessoas, terminamos, o almoço e começa a visita às 14:00; atrasamos um pouquinho por causa da sobremesa, mas a guia foi compreensiva.

Que profissional incrível, pelejo para lembrar o nome dela, mas ainda vou me desculpar pelo esquecimento imperdoável. É enóloga, tem mestrado e doutorado na área. Foi sensacional.

Nos explicaram tudo sobre a arquitetura da Vinícola e a escolha de profissionais da Bahia e do Brasil. Descemos para o vinhedo, o jardim texano com espelho d’água, voltamos para a indústria, lá temos de usar toucas, vimos equipamento ultra modernos para compreender a complexidade da vinificação, fomos para a Cave com os barris de carvalho, a galeria de arte e por fim a sala de degustação, onde apresentam um curto vídeo sobre a família proprietária e começam os trabalhos etílicos …

Que degustação riquíssima de muito conteúdo e ciência. Fizemos 2 harmonizações para cada vinho, por simetria ou por contraste. Provamos 4 rótulos, tudo maravilhoso.

Indico para todos os amigos, visitem a Uvva. Se não toma vinho ou álcool , faz como papai, pois nos deram desconto. Tem outras opções de visitação mais simples, mas chegando lá você vai ficar na vontade de ver mais e mais, garanto.

Fazer uma crítica que uma situação me chamou atenção. Estava no Restaurate Arenito com minha amiga Elisa e lá ouvi uma pessoal dizer ao seu grupo “pessoal vamos ali ver uva, beber e tchau”. Enoturismo é muito mais que ‘beber e tchau’, é saber o propósito de tudo, da arte, do solo, da cultura, da memória, da inovação, do terroir, é conhecimento sobre agricultura e história. É despertar o paladar para o novo, para a intensidade dos tintos e elegância dos brancos.

Espero que após a visita à Uvva, o mindset daquele grupo tenha realmente mudado.

WINE BAR E LOJINHA

Terminamos o Tour no Wine Bar e Lojinha, ganhei muitas garrafas, diz o ditado “atirei no que vi, acertei no que não vi”, nem imaginava que meus convidados fossem me presentear, aconteceu naturalmente e fiquei envaidecida, cheinha de rótulos Uvva para desfrutar em casa.

Na gulodice, tomamos mais vinhos no Wine Bar, lotes especiais. Você coloca o cartão na maquininha e o vinho desce automático, amo isso, já tinha visto em Buenos e este modelo fica cada dia mais popular.

POR DO SOL

Ainda vimos o por do sol; A Uvva fecha 17:00, mas começamos ver o sol se por e foi lindo, a entrada se tornou novamente um cenário para muitas fotos, já que lá no início a gente queria só admirar.

FAQ VINÍCOLA UVVA PARA TURISTAS.

Agendamento : https://vinicolauvva.com.br/

Whatsapp : +55 77 3311-2115

Município : Mucugê

Estado: Bahia

Aeroportos próximos : dentro da vinícola tem pista particular (helicóptero) / Lençóis(172 km)/ Vitória da Conquista (302 km)

Distâncias: olha no google maps… (tem gente folgada né ) kkkkkkk

Temperatura: Leitor folgado , folgadíssimo hein …. existe aplicativo do tempo para isso, no geral a Chapada faz muito calor durante o dia

Crianças: apenas maiores de 12 anos

Guia na Chapada Diamantina que organiza seu roteiro : Roney (+55 77-98149-3344) confio de olhos fechados

Casa para Família: Estância Diamante

Transporte: melhor de carro, daí a dica é ir de carro para Chapada ou Alugar, com certeza absoluta, clica aqui e faça uma busca nas melhores agências, e você ainda ajuda o blog a se manter.

Roupa: Confortáveis. Tem banheiro lindo caso queriam trocar e lacrar nas fotos. Mas não recomendo salto caso você faça o tour completo, pois irá no vinhedo e vai estragar sapato na brita e na terra. Faz calor , veja o aplicativo do tempo antes de viajar. Lembre-se você não está no Sul do Brasil, só fará frio durante à noite, botas de cano alto, roupas de manga comprida, maquiagem carregada, tudo isso só irá te fazer suar muito e atrapalhar uma experiência tão rica, mas gosto é gosto. Pra mim, chique é estar confortável.

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Quem é novo aqui pelo blog talvez não saiba, mas nasci em Seabra, o coração da Chapada e centro Geográfico da Bahia, são décadas indo e vindo pelos rincões do território. Meus pais, professores de Geografia também me possibilitaram conhecimentos memoráveis e caminhadas sobrenaturais.

Mas confesso que só depois de adulta e dirigindo que pude desfrutar mais, já que tudo aqui é muito longe e na zona rural, e de estrada de chão. Então, uma vida inteira ainda não é suficiente para conhecer os 24 municípios do território e entorno.

A dica é : vá fatiando cada viagem, entrando por cidades diferentes e aproveitando o caminho para otimizar.

Fiz uma última viagem de trabalho e surgiram dúvidas das amigas, então vamos ao roteiro que fiz, 4 noites/5 dias saindo do Sul da Bahia.

Não custa reafirmar, é distante e se prepare para uma viagem longa de carro. De ônibus… hummm, para Ibicoara é um suplício e a luta desta pessoa que vos fala é o transporte ferroviário de passageiros pela FIOL, que seria uma benção pro turismo, pra economia e principalmente para as pessoas. Então, sem sombras de dúvidas a melhor forma é ir de carro próprio ou alugado, pois terão muita flexibilidade.

DIA 1 : IDA

Segue o fio da estrada – BA 262(Ilhéus-Uruçuca), BR 101 até Ubaitaba, BR 330 (Ubatã-Jequié), continua BR 330 (Pé de Serra de Jequié-entroncamento de Maracás), BA 026(entroncamento de Maracás-entroncamento de Contendas do Sincorá), BA 142 (Contendas/Tanhaçu/Ituaçu/Barra da Estiva- Ibicoara)

Se você saiu cedinho do Sul da Bahia tem coisas legais para fazer no caminho

ITUAÇU– Pare um pouquinho e visite a Gruta da Mangabeira que é linda

BARRA DA ESTIVA– Subir o morro das torres de TV, é bem intuitivo chegar e verá a parte Sul da Chapada por cima, desfrute da contemplação.

CHEGADA EM IBICOARA- tem várias pousadas surgindo no caminho do Buracão, reserve antes. Se quiser um local simples , opte pelo centro da cidade, são apartamentos bem comuns, não estranhe. Geralmente fico na Raio do Sol, da amiga Sandra, uma dica, se ligar para lá sai mais em conta que booking. 077-981059000 (Whatsapp).

NOITE- Aproveite para acertar tudo com seu guia para o próximo dia, as cachoeiras são na zona rural e nem pense ir sem guia, você irá se perder, ou nem entrar. A Cachoeira do Buracão ingressa apenas com guias e tem limitações, afinal é um Parque Municipal de Conservação do Rio Espalhado.

Jantar , sem sombra de dúvidas na Pizzaria Jardim Secreto da Dirce (077-99140-7749), agendar pois é pequena. A pizza de Abobrinha com lâminas de amêndoas é imbatível, massa artesanal, tudo lá é delicioso e funciona na própria casa da Dirce que fez um fogão à lenha. Ibicoara tem poucas opções de comida à noite, programa-se. Caso contrário tem o Trilheiros na rua principal, e hamburguer e pastel na praça. A cidade de Ibicoara é chapada raiz, eu gosto disso, de não ter aquele enxame consumista(falei).

DIA 2: CACHOEIRA DO BURACÃO

Eu fui com o guia Roney e virei fã e amiga. Então vai o telefone e Insta dele para você sentir a maravilha.

Sem sombra de dúvidas é um dos passeios TOP da Chapada, é completo. Tem muitas novidades no caminho como restaurante e alambique que ainda não fui. Doidinha para desfrutar mais e mais. Repito, ligue antes para agendar (077-98149-3344). Faça check-out no hotel , coloque sua bagagem no carro e partiu Buracão.

É passeio de dia inteiro, leve lanche encorpado, ovos, sanduíche, suco pronto , as padarias de Ibicoara preparam e Roney vai te orientar direitinho. Outra coisa importante , 4 pessoas no carro no máximo, não esqueça que o guia vai com você.

Desfrute da natureza, flora, fauna, cada pedacinho. Roney vai te mostrar todo conhecimento dele sobre o Ecossistema e é um excelente fotógrafo. Não faça um bate-volta rapidinho, não vale a pena. Buracão está mais de 30 km do centro da cidade. Só tomar banho e voltar não é o passeio. A contemplação faz parte, ver os pássaros, fazer rapel, curtir o cânion subindo ao Buracão e descendo tem muitos poços que ficam vazios, acredita ?

ROUPAS: Êita que esse tema me incomoda, vejo pessoas de chinelo e usando bolsa social (acredite), isso é contraproducente. É um trilha leve e light, mas não precisa exagerar, segurança é tudo. Mochila com o básico, protetor solar e lanche. Chapéu, tênis, roupa de trilha apropriada. Não tem ? Tudo bem, uma calça de academia e camisa de malha comum resolve.

Se você quiser fazer só Ibicoara clique aqui e aproveite 4 dias de Cachoeiras. Seguiremos neste post por um caminho diverso.

Pegue estrada para Mucugê, seu próximo destino, mesmo de noite não tenha medo, é perto, apenas dirija com cautela e não corra demais, tem curvas perigosas chegando em Mucugê.

NOITE- check-in no Hotel e caminhar pelas ruas do centro histórico e escolher um bom bistrô.

DIA 3 – MUCUGÊ

Acordar em Mucugê é bucólico, admire o nascer do Sol, a serra dourada com os primeiros raios de luz. Esse dia você terá de cumprir horários, vou explicando mais abaixo.

09:00- Sítio do Galera. Desfrute do turismo de experiência, a propriedade produz morangos orgânicos, framboesa, amoras, pitaya, mirtilo, goiaba, etc. É muito legal, você conhece a produção, as técnicas e pode provar tudo, além da lojinha com produtos exclusivos. Mas vá cedo mesmo para não se atrasar para vinícola. Sair de lá no máximo 11:00 para seguir para a Uvva.

É dia de Vinícola, terei um post só para ela, a Uvva.

AGENDE COM MUITA ANTECEDÊNCIA. Clique aqui. Nem pense em chegar lá na portaria, você não entrará. Tem dúvidas? Mande mensagem no ZAP( 77-33112115)

12:00- almoço no restaurante Arenito, dentro da Vinícola Uvva, é muito bom, sofisticado e preços condizentes com a qualidade, fique tranquilo não será nada mais do que Salvador e bem menos que São Paulo. Já fui 2 vezes e tudo estava muito gostoso.

14:00- Tour Experiência Uvva

A visitação mais cara e mais completa é imperdível, sensacional, agradeço a nossa guia, que tem Mestrado e Doutorado em enologia e deu show em todas as explicações e na degustação harmonizada.

Aproveite para desfrutar do Pôr do Sol no Wine Bar vendo a Serra do Sincorá, tire muitasssssss fotos, desfrute dos móveis de design, até o banheiro é lindo e perfumado, tem lojinha, é passeio para curtir com calma. Crianças menores de 12 anos não entram, programem direitinho.

Noite- andar em Mucugê, ver as lojinhas, galerias de arte, escolher outro restaurante ou pizzaria ou sorveteria.

PLANO B- Visitação completa na vinícola 09:30, almoço na Vinícola 12:00. 15:00 Cachoeira do Tiburtino , parque municipal Sempre Viva, 20 reais a entrada, só chegar. É tudo pertinho e lindas, bom acesso, até para grávidas e famílias com criança. Não esqueçam de visitar o cemitério Bizantino, entre, leia as placas nos túmulos, é muito interessante.

DIA 4

07:00 Sair cedo, cedinho mesmo para desfrutar IGATU, conhecer a gruta dos garimpeiros, caminhar pelo vilarejo. Almoçar em Igatu.

14:00 – Pantanal de Marimbus

Desfrute deste passeio surpreendente

PLANO B- IGATU, depois Conhecer a Cachoeira da Donana, parar lá, caminhar, tomar banho, andar pela cidade histórica de Andaraí, conhecer lojinhas, procurar um bom restaurante. Não esqueçam dos lanchinhos no carro.

Noite- dormir mais cedo em Mucugê , deixar carro organizado, para pegar estrada de volta bem cedinho.

O Restaurante Paraguassu, da Pousada Refúgio da Serra é muito bom e o cardápio não é igual ao da Vinícola. O local é lindo e vale a visita, tem de reservar (075-98120-7799), funciona pro jantar. A Sobremesa experiência diamantina com biscoito mil folhas é sensacional . Aproveite para provar mais vinhos da Uvva, o Chardornay foi nosso preferido.

Ravioli com redução de molho de moqueca

DIA 5

Retorno para o Sul da Bahia. Não recomendo viajar de noite, a estrada tem muitas curvas, pode ter buracos e cuidado com máquinas agrícolas.

ROUPAS : Leve tudo contadinho. Pra quê carregar peso desnecessário ? Tênis ou bota de trilha, sandália e NADA de salto, você fará passeios na zona rural e em cidades históricas com calçamento de pedras e ladeiras. 2 Biquinis ou maiô é suficiente, faz muito sol e com certeza secará. Eu vi pessoas muito arrumadas na Vinícola e outras de jeans. Pessoal que vai para fazer selfie e lacrar né… mas tem banheiro caso você queria trocar de roupa e ficar mais à vontade. Não tem regras. Eu fui em dezembro pro meu aniversário e estava toda elegante, mas naquele dia eu fiz só Vinícola e centro histórico Mucugê de noite . Agora em março fui apenas para o restaurante e estava de vestido e sandalinha, bem simples. Casaco ou xale para a noite, sim a temperatura pode baixar muito. O inverno é rigoroso, já peguei 13 graus em Iramaia, sempre veja a previsão do tempo antes de sair.

Não esqueça de ler nossos outros post sobre a Chapada, meu grande amor.

04 dias em Ibicoara- cidade das Cachoeiras

Iramaia também é Chapada Diamantina

Caminhos para Chapada Diamantina

Iramaia também é Chapada Diamantina

Iramaia também é Chapada Diamantina

Vi essa Hastags em alguns posts no Instagram e 01 ano e meio depois de ter ido pela primeira vez na cidade estou aqui para compartilhar tudinho com vocês. #iramaiatambemechapada

Iramaia, é um dos municípios da Bahia que em pleno 2021 não tem asfalto, acreditam??? Apesar de ter linha de trem cruzando toda a Chapada ela só atende aos interesses de empresas mineradoras e esperamos que isso acabe. Não ter estrada asfaltada até a sede do Município é no mínimo um descaso com a população.

Pois bem, a logística para chegar lá não é fácil, mas vale cada minuto de esforço.

Aquela Chapada Diamantina raiz, inexplorada, cheia de cultura e identidade. O melhor sempre é ir de carro, e se você vai alugar, não esqueça de clicar aqui e fazer a melhor cotação.

Saímos de Ilhéus às 08:00 e esse foi nosso roteiro:

Ilhéus

BA- Uruçuca

BR 101 até trevo de Ubatã

BR 330 até Jequié

Segue essa mesma BR até Pé de Serra

BA 260- entroncamento com Pouso Alegre (Maracás)

Tem placa de Iramaia, aí serão mais 47 km de estrada de chão

Novo Acre ou Jequy

(quando chegar no cruzeiro vire TUDO À ESQUERDA, cuidado que são 3 caminhos)

Campo do Meio

Povoado da Raposa

Esta estrada tem muita pedra, então cuidado com seus pneus

Se escolher um caminho mais curto, não esqueça de pedir informações pelo caminho e estar com seu tanque do carro cheio… em hipótese alguma saia do asfalto sem estar de tanque cheio, só terá posto em Iramaia, 47 km depois.

Fomos em janeiro pelo Contestado.

Ao invés de entrar pela placa de Iramaia, passa o posto de gasolina, somente depois de vira a primeira à esquerda.

Seguir 14 km até Cruzlândia ou Povoado da Placa

Quando ver uma placa Iramaia à direita, não entre, siga direto no sentido Mucugê, Andaraí

Subirá a Serra do Contestado

Depois chegará no Jequy ou Novo Acre

Campo do Meio

Povoado da Raposa

Quem vem de Salvador, é muito mais fácil e menos trabalhoso, pois faz Salvador até Milagres via BR 324 – Paraguaçu e BR 116, vira Direita para Iaçu, Marcionílio Souza , Itaetê ou Iramaia – Jequy- Campo do Meio Raposa. Ou até mesmo descer de asfalto até Ibicoara e pegar estrada de chão de apenas 14 km até o Povoado da Raposa.

Povoado Novo Acre ou Jequy

Bem, de onde você estiver, sempre consulte antes um guia ou a Pousada que te enviará uma localização no GPS que ajudará demais.

Chegamos no Povoado da Raposa já 15:30 pois nosso pneu cortou exatamente na frente da Borracharia.

Nos hospedamos na Pousada da Raposa, uma delícia e os proprietários mantém uma Agrofloresta ao seu redor. Contato 077-81099140, falar com Rosane que é uma simpatia.

Preço é por pessoa e com café da manhã. A pousada serve almoço e jantar, cardápio enxuto mas tudo absolutamente bem feito e delicioso, prove com certeza o escondidinho de carne do sol que é dos deuses.

Também existem mais 1 tipo de hospedagem nos chalés de dona Rita, que possui chalés menores e uma casa bem grande que acolhe até 13 pessoas, pensa numa vista deslumbrante. Contato 077- 88712474

Comida no povoado tem de ser sempre encomendada antes, os moradores fazem aquela galinha caipira esperta ou carne do sol e claro cortado de palma e godó . Procurar Dona Néia na Casa Rosa. Contato 077-81382094.

Todos esses telefones são de Whatsapp e tem de ligar pelo aplicativo pois lá não tem sinal de celular, mas tem internet rural e pega direitinho. Você já chega na casa do povo e vão logo te oferecendo o Wi-Fi.

Como tudo aqui é longe, é preciso de um guia, agende antes as Cachoeiras, Pintura Rupestres e povoados com os guias locais, indico três, no Povoado da Raposa, o nosso vizinho Adão : Contato 077-81315732 e Romário : 077-81196298. Se você vem por Ibicoara e quer fazer uma base lá, procure Roney : contato 077 81493344, mas com certeza vale passar pelo menos 1 ou 2 dias de dormida no Povoado da Raposa, pois você pode fazer a Cachoeira do Licuri e raízes em 1 dia e no outro sair cedo para ver as Pinturas Rupestres e Cachoeira da Vendinha sem se cansar tanto com idas e vindas pelas estradas de chão.

Os guias sabem as melhores paradas, pontos de alimentação e conhecem a comunidade, você desfruta muito mais.

Quase todos aceitam PIX, e é o máximo, mas é sempre bom estar com dinheiro vivo em mãos.

Nos próximos post falarei de cada passeio e se você ficou interessado não deixe de nos seguir no Instagram: @juremacintra

Leia também: Ibicoara- Chapada Diamantina ainda inexplorada

Caminhos pra Chapada Diamantina

IBICOARA – Chapada Diamantina ainda inexplorada

IBICOARA – Chapada Diamantina ainda inexplorada

Já falei em outros artigos que eu sou da Chapada Diamantina, nasci em Seabra e há 20 anos estou em Ilhéus, vim estudar Direito e virei papa-jaca de coração e até título de cidadã de Itabuna já recebi.

Pois bem, a Chapada Diamantina é imensa. Nem pense que 1 viagem você terá um panorama, e o legal é isso , saber que dá para voltar várias vezes e fazer coisas absolutamente diferentes.

Esse ano meus primos foram meus guias. Convite para ir em Ibicoara. Confesso que eu nem sabia onde tava no mapa, quando eu digo que é imensa, é imensa mesmo.

Mas já tinha visto umas fotos da Cachoeira do Buracão. Fui no escuro. Pesquisei no Instagram e quase nada aparecia. Que mistério era esse???? hoje com internet, tudo está tão exposto… então fomos. Vou separar este artigo em CAMINHOS(deslocamento), PASSEIOS e DICAS básicas.

CAMINHOS PARA IBICOARA

Como disse , estávamos em Seabra e de caminhonete. Isto facilitou nossas vidas. Fomos até Palmeiras, na placa que tem Capão esquerda, você vira à direita, sentido Guiné.

Ô viagem linda, vamos acompanhando a serra do Sincorá, tangenciando-a, é bonito demais. Mas é estrada de terra e se chover, estar numa caminhonete ou carrinho mais valente é fundamental, tipo Uno, Gol. Ver a previsão do tempo érelevante.

Depois chegamos na estrada asfaltada de novo (BA 142) e seguimos as placas. Deu umas 3 horas de viagem , contando paradas .

Se você vai chegar de avião em Lençóis, pode fazer vários passeios ao redor da cidade e depois alugar um carro ou seguir com alguma agência de turismo que faz Cachoeira do Buracão Bate-volta. Indico sinceramente que você vá e durma alguns dias em Ibicoara.

Chegando pelo AEROPORTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA me parece a melhor opção. Alugando um carro são apenas 3 horas de viagem em estrada tranquila e vazia. Alguns buracos apenas. é O LADO SUDOESTE da Chapada. Dá para fazer Itaetê, Iramaia, Mucugê, Andarái, Ibicoara, fugindo um pouco do circuito Lençois/Palmeiras/Capão/Iraquara.

Quem estiver no modo econômico tem ônibus saindo todos os dias de Vitória da Conquista para Ibicoara pela Empresa Emtram, custa 22,89 e são 04:30 de viagem,mas vejam os horários.

De Salvador, são mais de 10 horas de viagem e ao que parece só tem ônibus 1 vez por semana da Emtram também.

No Site da empresa terá dificuldades, então a melhor certeza é comprando pessoalmente na rodoviária de Salvador a ida e volta.

Diante de todas estas questões, se você for sem carro terá de pagar mais caro às agências, é que recomendo chamar 3 amigos, alugar um carro e partir para Ibicoara, naquele clima de amizade maravilhosa, isto facilitará sua viagem. Deixa 1 vaga no carro para o guia.

Quem vem de outras cidades é olhar o Mapa e se planejar pelos locais asfaltados. Pergunte ao guia previamente contratado, ele sempre te ajudará neste planejamento.

PASSEIOS

Fizemos 4 cachoeiras e este é ponto forte do Município. Ibicoara não tem acervo arquitetônico, nem uma cidade badalada. É um local simples, de hábitos simples, uma pracinha , mas com um agronegócio potente (farei as críticas ambientais depois). Não terá badalação à noite, nem ruas histórias com casarões como Lençóis.

Confesso que de início achei furada e depois de 4 dias estou louca para voltar, naquela Chapada Diamantina autêntica, sem fake news, sem estrangeirismos, sem coisas para inglês ver, sem misticismos inventados ou importados. Aquele povo rural simples e desbravador. IBICOARA é uma pérola a ser descoberta.

Fizemos 4 cachoeiras em 4 dias e foi excelente, pois são passeios longos e cansativos, porém revigorantes.

Chegamos em Ibicoara às 11h. Um lanche reforçado na Padaria e seguimos para

CACHOEIRA do Rio Preto. Nível de Dificuldade Médio.

Trilha Curta 2,5 km, mas subidas e descidas puxadinhas.

Mato fechado em alguns trechos e um Poço só nosso. Inacreditável como você pode estar na alta estação, em pleno 27 dezembro e ainda assim o poço estar vazio, só você e seu grupo e mais ninguém. Isto é Ibicoara: exclusividade nos passeios. Locais pitorescos inexplorados, e tranquilidade no passeio.

Confesso que tô sem disposição para praia lotada e engarrafada como Ilhéus.

Segundo nosso guia, a trilha do Rio preto era um treino para Fumacinha. Acredite, ninguém está reparado para aquilo.

Fomos e voltamos da cachoeira do Rio Preto e de noite jantar na Pizzaria Terra Mater. Paixão a primeira vista, um casal fantástico que produz tudo de forma orgânica e sintrópica. Rúcula e manjericão colhidos na hora de fazer a pizza com massa integral, isto é LUXO para mim. E só soubemos deste cantinho escondido graças ao nosso guia Roney Turismo… ainda falarei mais dele.

Dormimos em Ibicoara, em casa alugada pelo nosso guia. Éramos 7 pessoas e saiu MUITO em conta o aluguel da casa super equipada.

Acordamos mais tarde, tomamos café na padaria, super barata e gostosa e seguimos para o BURACÃO.

CACHOEIRA DO BURACÃO

Chegamos 11 horas da manhã, pois arrumamos toda nossa bagagem no carro e fomos tomar café.

30 km de estrada de chão e chegamos no Buracão. Parque Municipal do Espalhado e só pode entrar com guia, 6 reais por pessoa.

Desde o início tudo lindo. Um caminho de pés de mangabas, tem coisa melhor que fruta silvestre co caminho da trilha??? . Balançava cada pé para cair o fruto doce.

Paradas estratégicas no caminho, fotos e o ponto máximo, local do rapel e ponto de fotos da Cachoeira do Buracão por cima. Surreal de lindo. Mágico.

O parque municipal tem banheiros na entrada, estacionamento montado e no caminho tem escadas interessantes que você desce de frente, diz a lenda que foi Santos Dumont que inventou aquele modelo.

Depois da última descida, o cânion de acesso ao buracão, ou vc atravessa por um pau atravessado pelos dois lados(pinguela), ou vai de colete nadando, tudo já está disponível lá, sem custos adicionais.

Surreal de lindo. Surreal as fotos. Surreal a energia daquele local.

Paramos para lanchar, armamos a tenda, digo canga, com frutas, farofa, pão, ovo, cenoura, beterraba, azeite, cebola, ralamos tudo, misturamos e todo mundo olhava a cena : “Buracão Gourmet”.

Desarmamos o circo e preparativos para retorno, parada na Cachoeiras das Orquídeas para banho e fotinhos lindas, segunda parada no Poço grande, no pôr-do-sol, coisa linda de ver e sentir.

Saímos de noite, no escuro e dormimos no Brejão na Pousada da Val, comunidade rural, bem perto da entrada da Cachoeira da Fumacinha. Foi providencial. Nosso guia conseguiu reservar tudo antes.

Chegamos no restaurante da VAL e tinha uma janta boa, muito apetitosa. Fartura, gostosura. Tudo bom e barato. Aquele carinho típico das comunidades rurais.

CACHOEIRA DA FUMACINHA

Dormimos bem na pousada da Val. Acordamos cedinho. Fumacinha tinha de ser café às 07:00 impreterivelmente.

Tudo corria bem. Chegamos na entrada da trilha, que era bem perto da pousada.

Início da trilha da Fumacinha- 18 km ida e volta

Juro que nos primeiros 30 minutos senti uma prostração, achei que não ia conseguir, quase desisti. Eu fiquei por último na fila de 09 pessoas. Tinha mais 1 casal de São Paulo com nosso grupo, acolhido pelo guia Roney.

Acho que o guia sentiu e me chamou para frente. Bem Atrás dele, tudo que ele fazia eu repetia sem pensar muito. E foi minha salvação.

A trilha é PESADA, nível difícil, muitos obstáculos, atravessar por pedras, subir em galho de árvore, raiz, pular, andar em pedra com limo, fazer pêndulo com o corpo.

Algumas paradas estratégicas para beber água e se banhar. Fizemos em 4 horas e 30 minutos. Confesso que eu devo ter atrasado o grupo e muito.

Mas também tivemos tempo de admirar as incríveis paisagens pelos paredões de pedra, pelo leito do Rio, pela Mata Atlântica fechada em pleno centro da Bahia.

Chegando na Fumacinha, a entrada é sinistra só de olhar. Tem de escalar, fazer pêndulo, se apoiar sem nenhuma segurança, é uma aventura surreal(palavra que vou repetir pois é a melhor definição). Eu nem acreditava naquilo, talvez se me contassem antes eu não teria ido. Ainda bem que não me contaram e que eu FUI. Não desista jamais. Daquelas aventuras de fazer 1 vez na vida.

MAS VALEU CADA IGNORÂNCIA MINHA. A Fumacinha é algo surreal, é alucinante, é desesperador, é “hollywoodiana”, é Avatar, é Bahia, é tudo de mágico. É quase indescritível. E se você desanimou pelas dificuldades que relatei , nem pensa nisso, abstrai e vem. Cada hora de esforço vale a pena para chegar ali.

Ibicoara – Cachoeira da Fumacinha. Foto @juremacintra Modelo @adrianebarretoo

ODE À FUMACINHA

Todo o cansaço vira torpor.

Toda angústia vira paixão.

Todo medo da caminhada vira excitação.

Todo calor do corpo vira alívio ao nadar no poço gélido.

Todo gelo vira descanso.

Toda ansiedade vira realização.

Chegar na Fumacinha é poético, virulento, romântico.

Por Jurema Cintra @juremacintra

Lanchamos lá. Rolou “Fumacinha Gourmet ” também.

Na Volta choveu e deu medinho, pois as pedras estavam lisas, escorregadias e aí quero falar do profissionalismo do nosso Guia Roney da RADICAL Chapada, o controle emocional, a experiência dele, o modo de agir e falar foi reconhecido por todos, na chegada fiz discursos e teve Palmas, merecidas .

Chegamos no carro já de noite, foi quase 1 hora de trilha no escuro, mas no ponto mais “light” digamos assim, por dentro da Mata , tudo plano. Levamos lanternas e a luz do celular ajudou também. Me lembro que na primeira hora do dia Roney falou:

-celulares carregados, em modo avião para não gastar a bateria???

Dito e certo, por isso uma lanterna faz diferença, dá trabalho segurar celular, andar de noite e ter cuidado durante a trilha, lanterna que pode pendurar é muito útil, ou aquela de cabeça. Andar no mato de noitinha, no entardecer é lindo, ouvir os bichos, e a luz da lua deixava o céu incrível, foi muito romântico.

Enfim chegamos ao carro, tomamos caldo de cana, depois um merecido banho, eu nunca tinha ficado tão suja numa trilha, a água saia preta, sem bucha de banho improvisei com a calcinha mesmo. Esfregava no corpo com sabão e saia sujeira demais, estava de corpo e alma lavada; a Val fez uma jantar perfeito com muita comida regional, Godó(cortadinho de bana dágua verde), cortadinho de palma, galinha caipira, comida dos deuses, ou melhor dos trilheiros amadores que desafiaram a Fumacinha e venceram.

CACHOEIRA DO VÉU DE NOIVA

Dormimos na comunidade de Brejão de Novo, na Pousada da Val, e foi ótimo, por que Véu de noiva é no mesmo caminho que Fumacinha, só que na Bifurcação seguimos para esquerda.

Encontramos 2 rapazes sem guia perguntando da Fumacinha às 10 da manhã. Ir sem guia na Fumacinha é uma LOUCURA que não recomendo nem para inimigo. Com chuvas, as pedras devem ter mudado de lugar, pensa só, não tem marcação, é muito difícil achar as passagens e entradas pela mata. Explicado isso eles retrocederam e os guias só recomendam começar a trilha no máximo 09 da manhã, pois não tem como voltar de noite, o caminho é longo e perigoso.

Seguimos para Véu de Noiva, bem mais light contudo havia desafio sim…

Cachoeira está no fim deste mini-cânion, chegamos nadando

Subir em árvore, se equilibrar, subidinha e tudo valeu para chegar no último Véu, sem ninguém, somente nosso grupo. O título do Artigo é: Chapada Inexplorada, então … NINGUÉM OU QUASE NINGUÉM, os caminhos são longos ou pelo menos escondidinhos e tá aí o segredo.

Poços para banho só nossos.Tranquilos, em paz, só ouvindo os pássaros e muita conversa boa com o grupo.

Contato com a natureza linda e preservada. Turismo comunitário e apoio à economia local, Isso é Ibicoara. Isso dá certo. Turismo predatório é um desastre, só exploração e descaracterização da cultura local, tô fugindo disso.

Encontramos 2 cobras cipó, eu morro de medo, o guia fotografou, fez selfie e mostrou com segurança ao grupo. Eu nem chego perto, tenho um asco. Mas é um bom sinal vê-la ali quietinha (não é venenosa), isso significa que a natureza tá equilibrada, ecossistema equilibrado, em harmonia; a cobra pode tomar sol e banho numa boa e se não mexer com ela , ela não mexe com ninguém.

NÃO Vou colocar foto de cobra em meu site, não… povo da Chapada adora história de cobra, vídeo de cobra, meu avô, meu pai, tios e amigos, não tem 1 ano para essas histórias não se renovarem, multiplicarem e aperfeiçoarem. Tem curiosidades sobre serpentes … conversa com os nativos da chapada … tem salvação isso não …

Como acordamos mais tarde, cansados da Fumacinha, tomamos café mais tarde, combinamos almoço(separado) na Val mais tarde também, deu 15:00 quando chegamos da Véu de Noiva e aquela FEIJOADA espertíssima prontinha.

Eu e Dona Val – comunidade de Brejão

Caímos matando na delícia e quem disse que deu coragem para subir para a Cachoeira do Licuri? Seria o último passeio do nosso roteiro.

Mudanças acontecem e tudo bem, todo mundo concordou que o cansaço bateu e veio a prostração depois do feijão.

Pegamos nossas malas (vejam que check-out tarde), tudo ali é negociado com a dona, então é fácil.

Deixamos a Pousada da Val, banhados, arrumadinhos e seguimos para o Mirante do Campo Redondo. Mermão … que visual era aquele….

Eu fique extasiada. Que fim de tarde lindo, pôr-do-sol fantástico. Fotos sensacionais e aquela sensação boa de ter deixado apenas pegadas.

Paradinha estratégica na Coxinha de Jaca com maionese caseira de ricota com ervas… ui… ui … eu viajo para comer mesmo ….

Paisagem de uma Chapada Diamantina autêntica, conservada e preservada pelos seus moradores e amantes.

Dormimos novamente na casa alugada, jantar de Pizza no Terra Mater, por que se é bom a gente repete.

No quinto dia, Acordamos, arrumamos carro, padaria para tomar café e comprar CAFÉ. Cafés finos, orgânicos, sintrópicos e da agricultura familiar de Ibicoara são sensação. Não tem um tour do café organizado mas o guia pode te mostrar. Na padaria tinha uma prateleira cheinha e nós nos acabamos. Trouxe café das alturas da Colômbia e não ia comprar na minha Bahia???? nas alturas???? … oxe, meu esposo adora café.

Partiu Seabra com a vontade de voltar para fazer Buracão de Novo que foi delícia demais. Voltar para Conhecer a Cachoeira do Licuri e mais umas 2 diferentes. Visitar os restaurantes escondidos e pousadinhas na estrada. Parar de cantinho em cantinho, placa por placa.

DICAS DE VIAGENS

Quero fazer um artigo mais detalhado sobre o que levar na mala para Ibicoara. Vejam como gosto de escrever, kkkkkkk, então seguem apenas sugestões que foram úteis para mim, claro que cada perfil de viajante tem necessidades diferentes.

  • Levar poucas roupas e aquelas apropriadas para trilhas e caminhadas;
  • Levar mochila bem leve para andar nas trilhas;
  • Usar Bota ao invés de tênis;
  • Lanterna;
  • Contratar Guia, até mesmo antes, para planejar os dias em cada cachoeira;
  • Dormir na Comunidade para fazer as trilhas da Fumacinha e Véu de Noiva com mais tranquilidade;
  • Ir de carro facilita sua vida, mas tem agências que organizam passeios coletivos;
  • comer comidas regionais;
  • comprar café de Ibicoara e região, além de ser gostoso e sustentável é um ótimo presente para amigos;
  • Levar dinheiro, lá só tem Bradesco e nem todo local aceitará cartão ou a internet pode estar fraca;
  • Olhar o tempo , sempre e sempre, nos aplicativos e sites ;
  • Respeitar a natureza deixando lá apenas pegadas e boas lembranças;
  • No Nosso Instagram @juremacintra tem muitos destaques salvos

Eu falei no nosso Guia inúmeras vezes né, então deixa eu fazer um merchan gratuito, eu pago todas as minhas viagens, então quando gosto de um serviço é por que foi bom MESMO e a pessoa dele me cativou. Turismo Honesto, comunitário, o Roney e sua esposa Keu(guia também) entendem tudo de Ibicoara e de turismo sustentável. O Instagram dele que tem fotos lindas é : Roney_ecoturismo e o Zap Zap para você fechar a viagem dos sonhos é : 077-981493344

Roney ecoturismo- meljor guia de Ibicoara

Leia também: Bistrô da Onça – muito além do Vale do Capão

Caminhos da Chapada Diamantina

Mochilão pelo Sul da Bahia – dicas importantes

Bistrô da Onça – para além do Vale do Capão

Bistrô da Onça – para além do Vale do Capão

Tempos que não tinha uma experiência gastronômica tão intensa.

E foi muito especial, por que nasci em Seabra na Chapada Diamantina, região belíssima no Centro da Bahia, nem sempre fácil de chegar e que já falei aqui sobre os caminhos.

Paraíso de Cachoeiras, trilhas, montanhas e paisagens deslumbrantes. De um povo criativo e uma culinária riquíssima.

Visitando os familiares na semana Santa, meu adorado primo agendou um almoço no Bistrô da Onça. Disse que eu iria gostar muito, que estava viajando demais para o exterior e precisava redescobrir a Chapada. Em parte tinha razão, por que estamos desbravando terras estrangeiras , contudo me sinto cidadã no mundo, onde estas fronteiras não existem.

11 horas da manhã saímos de Seabra, rumo 38 km para Palmeiras, via BR 242. Quem já está no Vale do Capão precisará de carro ou transfer.

Meu primo ia me contando no caminho e eu ficava cada vez mais ansiosa. Conhecer um restaurante no meio do mato, numa serra, ele me alertou: – comida vegetariana viu? mas se come muito.

Eu adoro comida vegana e vegetariana, aliás adoramos comer, o que importa é está gostosa. Como ele já tinha ido com a esposa outras vezes foram rasgando elogios aos donos.

Quando chegamos em Palmeiras, cidade que adoro e tem a casa mais linda da Chapada(no meu modesto entendimento), seguimos a sinalização no sentido do Capão. Quando termina o calçamento terá uma placa, então vire à DIREITA :

Resultado de imagem para vale do capão guine placa

foto: seligachapada.com.br

São mais 08 km adentro de estrada de chão. Carros muito baixos podem ter dificuldade.

É aparentemente longe, meio do mato, mas vale cada minuto da jornada.

Começam as placas do Bistrô da Onça, tem muitas indicações, até chegar no estacionamento.  Nosite do restaurante tem tudo bem descrito, não tem dificuldade.

A chegada já é uma surpresa, pois tem de deixar o carro 250 metros antes e ir andando. Você conhecerá a Horta orgânica, sintrópica de onde vem praticamente tudo que é servido nas mesas. Curiosa que sou, entrei e vi tudo, os processos agroecológicos, identifiquei um montão de coisas legais, a cobertura vegetal com palha de arroz vermelho, a cerca verde de palma, o galinheiro, as plantas misturadas seguindo a lógica da sintropia. Nem conversei sobre isso com os proprietários, espero estar certa… encontrar restaurantes que pensem em sustentabilidade é sempre um prazer, já escrevemo sobre este tema.

Só com reserva via Zap ou Facebook por que são apenas 4 mesas, tudo muito exclusivo e preparado na hora.

Amando tudo, desde a entrada, a casa numa arquitetura que dialoga com a mata, com a natureza,  banheiro todo aberto com vista para a serra.

Adega com rótulos incríveis e baratos, em comparação à distância, 100, 120 reais e aceita cartão. Pois é, lá nomeio da serra, a internet e a tecnologia nos unindo a Carlos e Jeff. Os proprietários e chefs que fazem tudo ali mesmo numa cozinha aberta. Nem vou colocar tantas fotos que é para não estragar o momento.

Queria comer daquela forma todos os dias, quanto primor, beleza, bom gosto, sabor intenso e marcante. AMAMOS!! Toda vez que for em Seabra terei de reservar um dia lá. Você que vai pro Vale do Capão, é perto  e incrível, aluga um carro por 1 dia, contrata um transfer, ajusta horários, por que é um passeio imperdível para tarde toda. Chegamos por volta das 13:00 e só saímos 16:40. Aliás alugar um carro para visitar a Chapada é providencial por que te dá muito mais mobilidade  para percorrer a zona rural de diversas cidades.

Como foram os pratos:

  • Chá gelado à vontade
  • Entrada/aperitivos
  • Sopa 
  • Salada com folhas e flores colhidos na hora 
  • Prato principal com pão Chapati  
  • Sobremesa
  • Claro- um bom brinde com vinho Argentino para homenagear o Carlos, que saiu da Argentina e veio nos presentear com tamanho bom gosto.

Ainda estou com os sabores e aromas na mente, impregnados. O cardápio depende da estação, da sazonalidade, tudo ali respeita a natureza e o ciclo da vida. Imagina minha angústia em saber que cada vez que formos terá pratos diferentes, minha nossa !!! A memória gustativa é algo muito forte e intenso, a salada com mostarda negra crocante e molho de vinagre de abacaxi e mostarda artesanal, me marcou muito. Também a sopa de cenoura que conseguiu ser tão boa quanto a da Bar Sete Maravilhas no Porto que já contei aqui.

O banheiro é um espetáculo a parte, a casa, a vista, a visão panorâmica da serra da Guiné, entrada para o Vale do Pati. Tudo perfeito. Na porta vimos uma revista aberta, da Azul. Adoro revista de avião, a gente descobre muita coisa escondidinha e tinha uma reportagem belíssima sobre o Bistrô da Onça, que você pode acessar aqui.

Últimas informações, como os donos trabalham sozinhos é preciso verificar antes os dias de funcionamento, em março de 2018 quando estivemos lá só funcionava de quinta à domingo. Tem de reservar pelo Zap ou Facebook, ligue antes para não haver imprevistos. Aberto apenas para almoço. Valor fixo por pessoa é de 100 reais em 2018.(vale cada centavo, muita comida de excelente qualidade – gente COMI DEMAIS). Aceita cartão de débito ou crédito. Comida Vegetariana, mas acredite você nem sentirá falta da carne. Nada como tirar 1 dia e comer algo diferente e muito saudável. A Chapada Diamantina é muito grande e diversa. Vale do capão é muito mais que somente a Vila. A Guiné tem seus encantos de vilarejo pequeno e agora tem restaurante digno de qualquer capital. Aventure-se para além do básico e #botarodinhanospés

Leia também : Caminhos para Chapada Diamantina- rodovias pela Bahia

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