12 anos depois, de tantas Paradas Gays em Itabuna, Salvador, São Paulo, São Francisco, e outras tantas por aí …,

As vezes penso que já estava bom demais,12 anos: aí alguém morre por homofobia;

As vezes penso que já teve festa demais: aí alguém é espancada por lesbofobia;

As vezes penso que virou carnaval demais: aí alguém é xingado na escola;

As vezes penso que tem temas demais: aí alguém sofre bullying no trabalho;

As vezes penso que o dinheiro podia ser usado para outras ações: aí alguém se suicida pois a família nunca o aceitou como é;

As vezes penso que ninguém está ouvindo as falas de prevenção: aí alguém morre de AIDS;

As vezes penso que ninguém está vendo as ações de direitos humanos: aí alguém é excluído do mercado de trabalho por transfobia;

As vezes penso que ninguém está falando ou se importando com a homoafetividade: aí alguém como Marcos Feliciano, Silas Malafaia e Dep. Sargento Isidoro aparece ;

As vezes penso que não adianta mais gritar: aí alguém mata dois irmãos por que estavam se abraçando na rua;

As vezes penso que é arco-íris  e coloridos demais: aí alguém é estuprado e seviciado num presídio;

As vezes penso que são letrinhas demais L-G-B-T-T-I – aí alguém é traficado para exploração sexual;

 

As vezes, penso, penso, penso e só chego nesta conclusão:

PARADA GAY, Sim Senhor, enquanto houver pessoas sendo mortas, humilhadas e sendo tratadas como cidadãs de baixa categoria. A parada Gay é um grito de Basta, um ato político de visibilidade. Precisamos erradicar o ódio de nossos corações e construir um mundo com empatia e respeito às diferenças. Dia 18 de outubro estarei lá na rua, firme, confiante e pensando, pensando…