Existe um mito, que perdura no imaginário popular de que comida genuinamente baiana seja apenas Moqueca.
A Bahia é um estado gigante, e, da carne de bode do sertão ao cortadinho de palma da Chapada Diamantina existe uma infinidade de pratos típicos. Eu amo a carne de sol com pirão de leite e o jeito de fazer essa carne na Bahia é diferenciado.
Mas, existem outras comidas que os baianos fazem com muito afinco e levam erroneamente o nome de “comida pesada”.
São intensas, mas pesada… não.
Em Ilhéus temos um local que preserva essa tradição das comidas baianas desde 1983, que é a Feijoada do Sodré. Lá teremos boas opções, e é bem no centro da cidade ao lado da Catedral de São Sebastião. Preço justo, atendimento bem rápido, garçons simpáticos, comida boa e cervejinha. Pode olhar para um lado e outro que verá poucos turistas e mais locais, ou seja, é onde os moradores vão, então confia que é bom.
SARAPATEL
MÃO DE VACA
GALINHA AO MOLHO PARDO
FEIJOADA COMPLETA
COZIDO COM VERDURA
Não ouviu falar dos primeiros ? Sarapatel é um picadinho dos miúdos do boi, é muito saboroso.
Mão de Vaca é o pé do boi, muito rico em colágeno, o famoso mocotó, mas aqui vem com partes do fato, que são as vísceras. Não se assuste, é MARAVILHOSO, amamos Mão de vaca com pirão. É aquela gordura boa do boi e a higiene do Sodré é impecável.
Eu como tudo isso com Coca-Cola, é raro um baiano não comer essas comidas, acarajé, moqueca, feijoada sem o bendito refrigerante.
Então se você quer comer uma Feijoada tipicamente baiana, vá no Sodré, no Centro de Ilhéus, e as proprietárias são super gentis. Uma feijoada completa dá para 2 pessoas comer MUITO bem, até 3 pessoas, se você não estiver com tanta fome. A couve é tão fininha que eu admiro. Admiro também o envolvimento social delas, eu sou Voluntária do GAP-Grupo de Amigos da Praia e toda vez que temos emergência climática, Feijoada do Sodré apoia os voluntários. Sabe aquele restaurante que é mais do que um negócio, são pessoas humanas, gentis, envolvidas e excelentes cozinheiras.
Mas se você nunca veio na Bahia, então tenha calma, não temos o hábito de comer nada disso de noite. Eu vejo turistas comendo acarajé com pimenta de manhã, no meio-dia tomam caldo de feijão, depois moqueca de almoço, pizza de noite e lanche de milk-shake, juro que já vi pessoas fazendo essa mistura e quando passam mal, culpam o dendê.
Comeu Mão-de-Vaca, calma, é coca-cola depois e andar bem, fazer a cesta, descansar um pouco, e comidinha leve de noite, até por que Mocotó dá “sustança”.
Sentindo falta de mais fotos ?
É que rola tanto preconceito com essas comidas que eu vou deixar a surpresa rolar. Já pensou que caruru é “feio” para quem não conhece, ver um pirão com visgo… verde …. e é TÃO BOM E MARAVILHOSO, caranguejo é estranho de ver, mas é tão bom. Então desfrute.
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Este post reflete a opinião pessoal da autora que é cliente habitual do restaurante, empresas que queriam fazer divulgação, por favor entrar em contato pelo e-mail.
Sou muito suspeita para falar deste restaurante e da sua chef Dani Façanha. Suspeita por que este post não é pago, ok !!!! E por isso supostamente posso falar a verdade sem maquiagens.
Suspeita por que a admiração é grande e o carinho também. Foi o primeiro lugar que meu então namorado Anderson me levou e se tornaria meu marido. Jamais esquecerei a Moqueca exótica com lascas de coco e manga, foi o primeiro prato que lá provei, e já devo ter experimentado quase o cardápio todinho.
Daí então, sinto uma evolução em tudo que ela faz. Já passei dia dos namorados na Pousada que tem mesmo nome e fomos em algumas confraternizações. Realmente quando comecei a frequentar 08 anos atrás algumas pessoas reclamavam que os pratos era caros e demoravam de sair, ninguém é perfeito, e no mundo todos temos direito de evoluir.
Eu AMO levar meus amigos lá, amo todo o cardápio e claro que os pratos baianos são as estrelas já que carregam toda a ancestralidade desta mulher Sul Baiana. Dani é formada em Letras e magicamente escreve suas receitas em harmonia com suas mãos habilidosas, a ESCRITA pela COZINHA ANCESTRAL.
Pode ir qualquer dia que ela estará na Cozinha lutando e muito, sempre linda e gentil.
Não esqueça de perguntar qual o prato do dia pois sempre tem surpresas como o Ravioli negro de massa de cacau com recheio de abóbora e meu preferido: espaguete de legumes com camarão flambado e caju gratinado. Esse último ela só faz com caju fresco, portanto depende da época . Eu cheguei ao cúmulo de ligar para ela e dizer que eu ia levar o Caju só para ela fazer mais deste prato. Dani, claro que, morreu de rir.
Nem precisa falar que o ambiente é lindo né… na praia do Cururupe, pousada pé na areia, paisagismo respeita a Restinga e Mata Atlântica, é um refúgio.
Serve café da manhã de dia, é é divino com muito itens regionais.
La Carte no almoço e janta e domingo à noite é apenas Pizza, muito fina e saborosa. Tudo aberto para público externo também.
Ela preza pela qualidade em tudo que faz, desde o sabor único dos seus quitutes degustados por anônimos, políticos e famosos , até a decoração de cada prato, o cuidado com o salão, o respeito à comunidade.
Eu nunca me esquecerei do desastre do Óleo que afetou o Nordeste e dessa mulher; todos os 20 dias a Dani preparava lanche para os voluntários, levava água mineral, sucos, tudo num isopor com gelo. E não era qualquer lanche não, era tudo do bom e do melhor que ela servia no hotel e ia de pessoa em pessoa na praia, oferecendo, se disponibilizando qualquer hora para alimentar a equipe do GAP-Grupo de Amigos da Praia de Ilhéus.
É muito bom saber de quem estamos consumindo, quais os propósitos daquele produto e como as empresas e pessoas se comportam em momentos de crise. Foram muitas reservas canceladas na época do óleo em todos os hotéis em outubro e novembro de 2019 e logo depois em março veio à Pandemia e Dani está lá, firme e altiva na luta em manter este restaurante com muita dignidade.
Quer se deliciar de Boa Gastronomia? Aqui é o local certo. Dias de feriado é prudente reservar pelo ZAP.
O preço é $$$$ mas a qualidade é proporcional, portanto justo; além disso não é só uma ‘comida’, é uma experiência gastronômica local.
Este post contempla impressões pessoais da autora, sem patrocínios, mas empresas que queriam divulgar seu estabelecimento, estamos abertos… para que o blog possa se manter.
